O Papa Francisco divulgou nesta quinta-feira (24), sua quarta encíclica, intitulada “Dilexit nos”, que reflete sobre o amor divino e humano do Coração de Jesus. O título, inspirado em São Paulo, destaca que “Ele nos amou” para reafirmar que nada “poderá nos separar desse amor” (Rm 8,37-39).
O Coração que nos acolhe incondicionalmente
O Papa destaca que o Coração de Cristo nos precede com amor incondicional, sem exigir pré-requisitos. Em um mundo onde há um crescente distanciamento de uma relação pessoal com Deus, Francisco convida os fiéis a redescobrirem a devoção ao Sagrado Coração, lembrando que “nele encontramos todo o Evangelho” e aprendemos a amar genuinamente.
Um mundo que perdeu o coração
Ao refletir sobre o amor de Cristo, o Papa afirma que essa experiência nos torna capazes de reconhecer a dignidade humana e promover a fraternidade e o cuidado com a criação, como já indicado em Laudato si’ e Fratelli tutti. Diante de um mundo marcado por guerras e consumismo, ele pede que o amor do Coração de Cristo cure as feridas da humanidade.
A importância de voltar ao essencial
A encíclica, composta por cinco capítulos, começa enfatizando a necessidade de “voltar ao coração” em um contexto dominado pelo consumismo e pela superficialidade. Para Francisco, o coração é o centro espiritual que une os fragmentos da vida e possibilita vínculos autênticos.
O mistério do Coração que tanto nos amou
O documento relembra a longa tradição da Igreja na devoção ao Sagrado Coração, destacando que ele representa o amor divino e humano de Cristo. Referências a santos como Santa Margarida Maria Alacoque e Santa Teresa de Lisieux ajudam a aprofundar essa devoção, que não é apenas uma expressão de fé, mas um chamado à missão.
O amor que sacia a sede
A encíclica explora a espiritualidade do Coração trespassado de Cristo, uma fonte de purificação e encontro pessoal com o Senhor. O Papa menciona santos como Inácio de Loyola e Santa Faustina Kowalska, que ajudaram a divulgar essa devoção, ligada à misericórdia e à compaixão.
“Amor por amor”: uma missão para o mundo
Por fim, o Papa reforça que a devoção ao Sagrado Coração deve levar os cristãos à ação missionária e ao compromisso com a justiça e a fraternidade. Ele destaca a necessidade de missionários apaixonados, dispostos a compartilhar o amor de Cristo com o mundo.
A oração de Francisco
O texto se conclui com a seguinte oração de Francisco:
“Peço ao Senhor Jesus Cristo que, para todos nós, do seu Coração santo brotem rios de água viva para curar as feridas que nos infligimos, para reforçar a nossa capacidade de amar e servir, para nos impulsionar a fim de aprendermos a caminhar juntos em direção a um mundo justo, solidário e fraterno. Isto até que, com alegria, celebremos unidos o banquete do Reino celeste. Aí estará Cristo ressuscitado, harmonizando todas as nossas diferenças com a luz que brota incessantemente do seu Coração aberto. Bendito seja!” (220).
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Fonte: vaticannews.va