Muitas vezes, em nossa vida, nós nos deixamos dominar pela tristeza. Não somos raios de sol, não irradiamos alegria na caminhada familiar, no apostolado.
“Onde não reina uma alegria normal profunda, faltará a flexibilidade, a força de arranque e de ação e então tudo estará terminado”[2], diz o Pe. José Kentenich.
Queridos coordenadores, missionários e famílias que recebem a Mãe Peregrina nos lares! Estamos conscientes que temos um tesouro? Com a visita da Mãe Peregrina, entramos em contato com o Santuário de Schoenstatt, a fonte de alegria. Sim, ela traz a fonte de graças até a nossa casa. Quantas pessoas testemunham que, depois que visitaram o Santuário ou a Mãe Peregrina chegou no seu lar, receberam novas forças, novo ânimo e graças especiais.
“A Mãe de Deus é modelo e Mãe da Alegria”[3]. Mãe da única e verdadeira Alegria: Jesus. Por isso, ela suportou tantos sofrimentos, dificuldades, enfrentou tantos desafios. E viveu na tranquilidade do coração, porque sabia em quem confiar, onde colocar sua esperança – no Filho. E este é o presente que ela nos oferece: seu divino Filho.
Precisamos de alegria
Não é possível viver sem alegria. Ela que nos impulsiona a lutar para conseguir algo, a enfrentar os obstáculos, a ser otimistas. Sem alegria, vemos “tudo escuro”, isso é, sem perspectiva, o desânimo toma conta de nossa alma e o mais perigoso: podemos ir ao encontro de satisfações compensativas negativas. E nós enganamos a nós mesmos.
É verdade que necessitamos de alegrias naturais: um passeio em um belo lugar, uma comida ou doce gostoso, ouvir uma música bonita, ler um bom livro, encontrar alguém que gostamos, passar tempo com nossos entes queridos ou até mesmo um dia ensolarado nos alegra, enfim, somos humanos e precisamos dessas coisas que nos satisfazem. Porém, só isso não basta.
A Aliança de Amor – caminho e fonte de alegria
Deus é a verdadeira Alegria. Nele, podemos repousar; encontrar tranquilidade, forças para vencer os sofrimentos; mergulhar nosso coração, nossa vida e receber sempre novas forças.
A Aliança é o caminho para encontrarmos a alegria, pois é troca de corações, de bens, de interesses. O que de maior, de mais precioso e valioso que a Mãe de Deus possui é o Filho. Esse ela nos presenteia na Aliança de Amor. Por isso, podemos afirmar que a Aliança de Amor é fonte de alegria e energia.
Um belo testemunho é do diácono João Luiz Pozzobon, que caminhou com a Mãe de Deus, a Mãe da Alegria. Um ano antes de sua morte, apesar de todos os sacrifícios, confessa: “Olhem só, é algo tão maravilhoso, extraordinário, porque, por minha experiência eu dizia (e acho muito bom que escutem o que digo): eu senti tanta alegria, tanta coragem, tanta alegria, que se me cortassem todo em fatias, ainda assim não conseguiria pagar as alegrias que recebi nesta campanha”. Tornou-se de todos conhecida a afirmação dele: “Se um dia me encontrarem morto à beira da estrada, saibam que morri de alegria!”[4]
Como fruto da Aliança de Amor do 18 de outubro de 1914, surge uma “terra maravilhosa”, Schoenstatt, que o Pe. José Kentenich descreve no Hino de Minha Terra, escrito no Campo de Concentração de Dachau:
“Conhece a terra impregnada de alegria,
porque nela o sol não conhece ocaso;
onde os corações vivem serenos,
na posse dos bens eternos;
onde coração e vontade se deleitam, sem cessar,
com os abundantes dons de Deus;
onde a vara mágica do amor logo transforma
toda a tristeza em alegria?
Sim, eu conheço esta terra maravilhosa,
é o prado de sol no brilho do Tabor,
onde nossa Senhora Três Vezes Admirável
impera no meio de seus filhos prediletos
e retribui fielmente todos os dons de amor,
revelando sua glória, sua infinda e rica fecundidade:
é minha terra natal, minha terra de Schoenstatt!”[5]
Neste dia da Aliança de Amor, tempo pascal, tempo de alegria, depositemos, no Capital de Graças do Santuário, nossas contribuições, a fim de que a Mãe de Deus continue atuando como Educadora neste lugar de graças e nos conduza à verdadeira alegria, fonte inesgotável de energia, tão necessária neste tempo.
“Com vosso Divino Filho, abençoai-nos, ó Virgem Maria!”
Feliz dia da Aliança de Amor!
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Referências:
[1] Cf. Kentenich, José. Viver com Alegria. p. 63
[2] Kentenich, José. Viver com Alegria. p. 63
[3] Idem, p.99.
[4] João Luiz Pozzobon, um ícone de Maria. 1º Seminário sobre a importância teológica da pessoa e obra de João Luiz Pozzobon, p. 53.
[5] Kentenich, José. Rumo ao Céu, 603.