“Ele olhou com misericórdia e o escolheu!”
Ir. M. Nelly Mendes– “Ele olhou com misericórdia e o escolheu!” O lema do Papa Francisco retrata bem a essência do chamado a uma vocação. É a misericórdia de Deus que conhece o mais profundo e íntimo do coração humano, dos seus anseios; é este olhar terno que repousa sobre a fragilidade humana e escolhe cada pessoa para realizar uma missão.
A vocação é um dom precioso, tal como o tesouro escondido no campo; quem encontra este tesouro, esconde-o de volta no campo, vende-se tudo o que tem e compra o campo. A alegria de realizar a vocação é um tesouro precioso. No campo da vida se encontra o bem que é muito mais precioso, que possui muito mais valor de tudo o que até o momento possuímos.
Em nossa vida pessoal também acontece assim: nós recebemos um chamado especial. E quando descobrimos qual é o tesouro que Deus quer nos presentear, também nós vendemos o nosso “tudo” para receber de volta “o tudo” que Deus preparou para nós. Mas certamente precisamos fazer a nossa parte; Deus espera que o amor que move o nosso coração nos impulsione a presentear-lhe tudo, também os sacrifícios, as renúncias, a confiança filial e a alegre esperança.
Coração dedicado
Toda mulher é chamada a uma vocação específica, mas creio que para todas é importante desenvolver a maternidade, física ou espiritual. Deus colocou coração de cada mulher o impulso à dedicação, à doação total de si. A mulher que não desenvolver este impulso, torna-se egoísta, gira muito em torno de si mesma. O mundo precisa de verdadeiras mulheres, mães mundiais que possuam um coração dedicado, maternal, onde as pessoas experimentem lar e abrigo.
Faz parte do ser de uma mulher, da sua vocação ser: abençoada, sacrifical e serviçal. O Pe. José Kentenich diz: “Em que consiste a característica do ser da mulher? No querer ser aberta, receptiva. A mulher é o vaso aberto para tudo o que Deus quer nela mergulhar. Ela é a luz que busca ser acesa pelo alto!”
Força espiritual
Não podemos expressar de modo mais belo, a maternidade física ou espiritual da mulher, nem a reproduzir mais claramente em sua prontidão para o desdobrar da maternidade. A maternidade nos leva a saber sacrificar, renunciar, doar-se!
Deus concedeu à mulher, já no plano natural, uma grande força sacrifical. Isto expressa que ela também possui uma força espiritual maior, capaz de suportar o sofrimento. A essência de sua missão supõe o sacrifício, o sofrimento e a renúncia.
A grandeza da mulher
Quando a mulher não quiser mais doar-se, quando não estiver mais disposta a sacrificar-se, falta-lhe a capacidade da maternidade desprendida e solícita; quando não quer mais ser mãe, também deixa de ser mulher. Ser mãe significa servir desinteressada e vigorosamente a vida do outro. O direito e a grandeza da mulher não consistem em dominar, mas no servir, ajudar e abençoar.
Em cada ser genuinamente feminino encontra-se o impulso para servir, ajudar, proteger e abrigar… Nisto a mulher experimenta a completa realização do sentido de sua vida. Diante da grande missão da mulher, podemos refletir com o Fundador: “[…] o alto valor da mulher consiste no cultivo de seu coração e em seu coração […]”. Quando a mulher realiza plenamente sua vocação, ela molda o futuro.