Pessoas no mundo todo já viram essas faces, esses olhares, essa unidade filial entre Cristo e Maria. Mensalmente, a imagem da Mãe e Rainha visita milhões de lares e em muitos deles há uma estampa ou um quadro semelhante. A pintura conhecida é mais do que uma simples representação de Maria, trata-se da imagem da Aliança, é a transcrição visual do contrato de amor que deu origem ao Movimento Apostólico de Schoenstatt.
No dia 11 de abril de 1915 Ao contrário do que muitos pensam, no momento da fundação da Obra, quando se selou a Aliança de Amor no dia 18 de outubro de 1914, não há uma imagem de Maria no Santuário Original. O quadro foi introduzido somente seis meses depois. Mas, então, com qual imagem de Maria os jovens selaram a Aliança de Amor? Certa vez fizeram essa pergunta a um dos congregados, e sua resposta surpreende: “Nós selamos a Aliança de Amor com a imagem de Maria que vivia no coração do Fundador!”. E como escolheram esta imagem? Depois da Aliança de Amor, com o tempo, surge o anseio de ter uma imagem de Maria na capelinha da Congregação. Os jovens pensam, então, em encomendar uma escultura a um artista, porém o valor pelo trabalho é muito alto. Os comentários sobre a busca por uma imagem circulam. Como em todos os momentos da história de Schoenstatt, a Divina Providência guia os passos da Família. Em uma conversa, Pe. Kentenich comenta sobre a necessidade da imagem com um professor do seminário, Pe. Eugene Huggle. Ele, então, se lembra de um quadro que tinha visto em um antiquário de Freiburg. Pe. Kentenich conta: “Havia um professor no colégio, o Pe. Huggle, que tinha sido Jesuíta. Ficamos sentados juntos à mesa e conversamos sobre isso uma vez. Ele disse: Cruzei-me em algum lugar com uma imagem, talvez a possamos comprar. E assim ficou combinado. A imagem foi um presente dele. O embrulho chegou. Mal o abrimos, me recordo ainda hoje que logo no início, de fato, a imagem não nos agradou muito. Mas, como não tínhamos outra escolha, decidimos pendurá-la (no Santuário). Porém, aos poucos, fomos nos deixando conquistar por ela, porque em cada fala que dizia, eu me dirigia àquela imagem… Aproveitei a oportunidade para atribuir a esta imagem tudo o que tinha para dizer sobre Nossa Senhora. E desta forma (os rapazes) foram associando gradualmente os seus sentimentos pessoais e interiores a esta imagem” (The founding of Schoenstatt, Pe. Jonathan Niehaus). É numa Sexta-Feira Santa, dia 2 de abril de 1915, que a imagem desembarca na estação de trem de Vallendar. Os Irmãos José e Christian vão buscar o enorme embrulho endereçado ao seminário. A imagem desconhecida custou aproximadamente 23 Marcos e foi adquirida pelo Pe. Eugene Huggle numa loja de antiguidades em Freiburg, no sudoeste da Alemanha, numa das suas viagens da Suíça para Schoenstatt. Qual título lhe dar? Como o próprio Fundador conta, aos poucos a imagem vai conquistando o coração dos congregados – este torna-se o rosto de Maria para eles. Porém, o quadro não tinha um “nome”, eles não determinaram um título oficial para esta representação da Mãe de Deus. Em meados de 1916, movidos pela Divina Providência, escolhem o título de Mater Ter Admirabilis para a imagem – Mãe Três Vezes Admirável. Ali surge um paralelo entre eles e a Congregação Mariana de Ingolstadt, no sul da Alemanha, que está exposto na frontal luminosa do Santuário: Ingolstadt-Schoenstatt. Veja mais sobre o título da Mãe e Rainha Mais tarde descobriram que o nome original da estampa é Refugium Peccatorum (Refúgio dos Pecadores) e que foi pintada pelo italiano Luigi Crosio, no ano de 1898, para a família Kuenzli, da Suíça. Esta mesma estampa é a que está até os dias de hoje no Santuário Original, nunca foi substituída. É minha Mãe! A artista plástica María Jesús Ortiz analisou a pintura do ponto de vista técnico, para o jubileu dos cem anos da Aliança de Amor, em 2014. Ela comenta: “O quadro tem uma estrutura da escola renascentista. As cores são muito, muito puras. Sua pigmentação é feita com óleo de altíssimo nível. No caso deste quadro, o que sempre me chama a atenção é sua frontal rígida, mas isso não produz uma tensão, ou seja, é realmente um fenômeno. Para mim especialmente, independente do conhecimento digamos histórico, ele tem um valor, antes de qualquer coisa, muito pessoal. É como a foto de uma mamãe, e a foto de minha mãe eu não posso analisar artisticamente, nem anatomicamente, nem historicamente, é minha mãe. Portanto, eu a quero e lhe tenho um contato muito pessoal”. [1] Há divergências sobre esta data, podendo ser no dia 8 ou 19, mas é certo que foi no mês de abril de 1915. Karen Bueno / Ir. M. Nilza P. Silva Fonte: www.schoenstatt.org.br
Esta resposta deixa claro que o coração do Pe. Kentenich é o primeiro Santuário que a Mãe de Deus quis habitar e nele os congregados já se encontravam com Ela.
O mesmo podem dizer milhões de pessoas: “Ela é minha Mãe, ela visita minha casa, eu a quero”. Olhando seu rosto, sua relação íntima com Jesus, surge o desejo de pedir-lhe: “Torna-nos semelhantes à tua imagem, como tu, passemos pela vida fortes e dignos, simples e bondosos, espalhando amor, paz e alegria. Em nós percorre o nosso tempo, preparando-o para Cristo” (Rumo ao Céu, 609).