Dia do Trabalhador
Juliana Dorigo– No dia 1º de maio celebramos São José Operário, padroeiro dos trabalhadores. Após um tempo de desafios por conta da pandemia, o mundo começa a dar passos em busca de normalidade, momento de esperança para aqueles que passaram por diversas dificuldades, com portas fechadas e muitas restrições, e aqueles que perderam o seu trabalho, o seu sustento.
Hoje, podemos refletir “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. São José, em sua humilde carpintaria, gerou o sustento de sua família, e assim ensinou a Jesus. O Papa Francisco nos ensina que “é o trabalho que torna o homem semelhante a Deus, pois com o trabalho o homem é criador, é capaz de criar, de criar muitas coisas; até mesmo de criar uma família para seguir em frente. O homem é criador e cria com o trabalho. Esta é a vocação. E a Bíblia diz: ‘Viu Deus que tudo quanto tinha feito era muito bom’ (Gn 1, 31). Ou seja, o trabalho tem em si uma bondade e cria a harmonia das coisas – beleza, bondade – e envolve o homem em tudo: no seu pensamento, na sua atuação, em tudo. O homem participa no trabalho. É a primeira vocação do homem: trabalhar. E isto dá dignidade ao homem. É a dignidade que o faz assemelhar-se a Deus. A dignidade do trabalho.” (Roma, 2020)
João Pozzobon também foi exemplo de trabalhador e pai de família, seu filho Humberto Pozzobon conta: “O meu pai levantava todos os dias às 5 horas. A primeira coisa era escrever no diário. Ele registrava tudo o que fez, quilômetro por quilômetro. Por isso que se diz que ele caminhou 140.000 quilômetros. Ele andava um pouco até uma casa, depois mais um pouco até outra casa e dava quase dez quilômetros para ir e depois para voltar. Quando ele não estava com a Campanha, e somente rezava a noite nas famílias, ele tinha uma horta, então ia capinar, plantar alface, repolho, cenoura – tínhamos tudo em casa. Ele estava sempre plantando. Gostava de plantar frutas, pés de laranja, bergamota, maçã – tinha pé de tudo quanto era coisa na horta dele. Era bem ativo nessa parte. E também ele cuidava dos pobres; tinha um canto com um armário onde guardava mantimento, quando chegava um pobre dizendo que estava mal, sem comida, ele dava arroz, açúcar, feijão, ou remédio quando precisava.” Dediquemos hoje um tempo para fazer uma oração a São José, por todos os trabalhadores e por aqueles que buscam um emprego: Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtendo-nos do Criador do universo a graça de trabalhar com consciência, cumprindo com fidelidade nosso dever de trabalhar com reconhecimento e alegria, julgando uma honra empregar e desenvolve, pelo trabalho, as qualidades recebidas de Deus como um chamado divino para colaborar na obra da criação e aperfeiçoamento deste mundo. A graça de trabalhar com ordem, paz, moderação, paciência e eficiência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades; de trabalhar em espírito de penitência para expiar nossos pecados; de trabalhar, sobretudo, com desapego e dedicação pelos que dependem de nosso esforço. Pedimos vossa intercessão pelo mundo do trabalho, a fim de que aí reine o espírito cristão de justiça e paz, conforme os ensinamentos da Igreja; que os trabalhadores se unam em organizações que defendam os seus direitos e respeitem os alheios; que patrões e empregados se tratem mutuamente como irmãos e filhos do mesmo Pai, que se convertam os que ignoram a dignidade da pessoa humana e exploram o operário e o pobre. Convosco, São José, agradecemos a Deus a saúde, a força, a disposição e as habilidades que nos permitem providenciar o sustento de nossos familiares e ser membros úteis da sociedade. Tudo para Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, ó patriarca São José! Tal será nossa inspiração na vida e na morte. Amém. [1] Humberto Pozzobon em entrevista: acesso em: João Pozzobon segundo seu filho – parte II – Schoenstatt