“No início da história da Igreja, os Papas eram eleitos de formas diferentes. Muitas vezes, eram indicados pelos seus predecessores, outras por governantes civis, algumas poucas vezes, com a participação maior dos leigos e leigas, por aclamação”. Somente no ano de 1059, com o Papa Nicolau II, foi estabelecido que a escolha do Papa caberia exclusivamente aos cardeais.
A figura do cardeal já aparece no século IV, como aqueles que servem a Cristo além de suas igrejas locais. No século XII, esse grupo passou a ser chamado oficialmente de Colégio Cardinalício. Ao longo da história, o número de cardeais variou. Em 1586, o Papa Sisto V fixou em 70. No século XX, o Papa João XXIII determinou que todos os cardeais deveriam ser bispos. E em 1971, o Papa Paulo VI decidiu que os cardeais com mais de 80 anos não participariam mais do Conclave.
A mais recente reforma foi feita pelo Papa João Paulo II, em 1996, por meio da constituição Universi Dominici Gregis, que trouxe regras mais rígidas sobre o sigilo do Conclave. Durante a Sé Vacante, os cardeais só podem tomar decisões urgentes, e outras, como a canonização de beatos, ficam a cargo do futuro Papa.
Até o momento, já foram realizadas seis Congregações Gerais — reuniões preparatórias nas quais são organizados o traslado do corpo do Papa falecido, o rito fúnebre e os detalhes do Conclave. Nessa fase, apenas dois cardeais mantêm suas funções na Cúria: o Camerlengo, Cardeal Kevin Farrell, e o Penitenciário-Mor, Cardeal Angelo De Donatis.
De acordo com as normas atuais, o Conclave deve começar até 15 dias após a morte do Papa, podendo ser antecipado ou prorrogado, sem ultrapassar 20 dias. O local do Conclave será, como sempre, a Capela Sistina, e os cardeais ficarão hospedados na Casa Santa Marta.
Antes da votação, os cardeais participam de uma missa na Basílica de São Pedro e de dois momentos de meditação. São necessárias duas votações por turno — manhã e tarde — exceto no primeiro dia, que terá apenas uma votação à tarde. Para que um Papa seja eleito, é necessário alcançar dois terços dos votos dos cardeais presentes.
Este será o 26º Conclave realizado na Capela Sistina. Dos 135 cardeais eleitores, dois estão ausentes por motivo de saúde, somando 133 votantes. Destes, 108 foram criados pelo Papa Francisco, 22 por Bento XVI e cinco por São João Paulo II. Em termos de representatividade, a Europa lidera com 53 cardeais, seguida pela América (37), Ásia (23), África (18) e Oceania (4). O Brasil possui sete cardeais eleitores.
“É tempo de oração. Peçamos ao Espírito Santo que conduza esse momento e que a Igreja receba um Pastor segundo o Coração de Deus”, convida Pe. Eduardo.
Fonte: noticias.cancaonova / Foto: Os cardeais reunidos na Santa Maria Maior para as Vésperas (VATICAN MEDIA Divisione Foto)