Vivenciamos o mês de maio no Ano Pe. Kentenich! Por isso, queremos que ele nos ensine como viver este mês dedicado à querida Mãe de Deus:
“Maria é nossa mãe! Nossa verdadeira mãe, nossa mãe espiritual, mãe sobrenatural, – não simplesmente nossa ama, nossa mãe adotiva. Como Co-redentora Ela atuou vigorosamente para nos dar a condição de receber a vida sobrenatural, a vida da graça. Maria é nossa mãe! Ela se tomou nossa Mãe quando o Espírito Santo a cobriu com sua sombra, no mesmo momento em que Ela se tomou Mãe de Deus. A confirmação oficial (dessa realidade) lhe foi participada do alto da cruz: “Ecce mater tua” (Jo 19, 27: Eis tua Mãe!). E desde então Ela nos ama com verdadeiro, temo e cálido amor materno. “Pois”, – como diz São Bernardo – “não é o nome, mas o amor, que toma uma mãe verdadeira mãe de seus filhos”. Tudo isso nos é muito conhecido.
Há anos, vi na capela de um orfanato, a estátua de Nossa Senhora com uma correntinha dourada e uma cruz ao pescoço. A correntinha e a cruz eram presente de primeira comunhão de uma mãe que, em vista das difíceis circunstâncias de família, se viu obrigada a internar seu filho único no orfanato. Ela própria já não podia mais ser mãe para seu filho. O que iria fazer na angústia e apreensão de seu coração? Vai para a frente, toma a única lembrança preciosa de sua infância – uma recordação de sua primeira comunhão – e a coloca no pescoço de Nossa Senhora com o pedido insistente: Tu mesma educa meu filho! Sê para ele uma verdadeira mãe! Cumpre por mim os deveres de mãe! Este menino é hoje um zeloso sacerdote e tem um trabalho muito abençoado para a glória de Deus e de sua Mãe celeste.
Este fato não nos lembra nossas difíceis primeiras despedidas de casa? Assim foi quando seguimos o chamado da graça e viemos para cá. Também nessa ocasião não terá nossa mãe se voltado para Maria com o pedido de, agora mais do que nunca, exercer seu papel de mãe em nosso favor?
Assim, Maria é nossa mãe – foi-nos dada por Deus, – foi- nos dada por nossa mãe corporal.
Tudo isso nós já o conhecemos muito bem. Maria é nossa mãe. Mas, onde está o nosso amor de filhos? Numa ocasião, perguntaram ao jovem Estanislau de Kostka se ele amava a Maria. Então, seu rosto se iluminou, uma lágrima de emoção rolou de seus olhos inocentes e, cheio de entusiasmo, respondeu: “Como não haveria amar a Maria, se Ela é minha mãe?’
Sim, quem conhece e reconhece Maria como mãe, com certeza deve amá-la. Então, onde está o nosso amor? Como é possível que o pensamento: Maria é nossa mãe nos deixe tão frios e indiferentes? Ou será que esse amor arderia em nosso coração, mas não teríamos a coragem de manifestá-lo exteriormente?”
Pe. José Kentenich, em:
Conferência para os membros da Congregação Mariana, 3 de maio de 1914.