“Bem-aventurados os que creram sem terem visto! ”

Pe. Francisco José Lemes Gonçalves– Estamos em Tempo Pascal as alegrias do Ressuscitado não nos deixa desanimar, mesmo que as situações vigentes parecem querer ofuscar toda a beleza e o frescor da Ressurreição! Como reza o Salmo desse Domingo Pascal seja nossa oração confiante: “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom;/ eterna é a sua misericórdia! ”

Sim, este deve ser o canto que deverá nos impulsionar como os primeiros cristãos que entre eles reinava o amor que não havia necessitados entre eles! Nestes tempos de pandemia que o agir dos primeiros cristãos nos ilumine na solidariedade, embora não estejamos indo às nossas igrejas, mas nossas casas são essas “igrejas domésticas” que na vivencia do Ressuscitado que vive entre nós nos levará a uma solidariedade provada e comprovada na fé. São Pedro nos fala na segunda leitura “(…) embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos…”; mas essa aflição do coronavírus servira para fortalecer a nossa fé e ajudar os que estão enfraquecidos.

No Evangelho, Jesus Crucificado Ressuscitado é a alegria da comunidade apostólica e a misericórdia do Senhor se revela com Tomé que o pode tocar e a partir de seu ato de fé – “Meu Senhor e meu Deus” – Jesus Ressuscitado nos proclamará felizes, pois cremos sem o ver! Esta fé deve contagiar o mundo, pois, quando entre nós Ele está reina a paz, que é um dos frutos do Ressuscitado, toda vez que aparece lhes deseja a paz! Ele não conhece mais barreiras, quando estamos unidos, se põe no meio de nós. Nos dá o Espírito Santo que nos torna misericordiosos, espalhando o perdão como remédio para os males do mundo. O perdão cura feridas e quando dado pela ação do Espírito renova a face da terra.

Mergulhemos o mundo no “mar das misericórdias” do Senhor, deixemos que Ele entre em nossas casas, como se revelou a Santa Faustina no quadro que o veneramos. Jesus parece como que entrando, atravessando uma porta, distribuindo seu amor misericordioso nos raios que partem de seu lado aberto. Estamos ainda numa quarentena pascal por conta do COVID-19, mas é tempo favorável para escancarar as portas de nosso coração para que Ele entre e reine.

Com nosso Pai Fundador recorramos a nossa Rainha de Misericórdia, coroada no último dia 15 de abril, como Rainha da Saúde do Mundo, com suas palavras:

“Mãe, com solicitude nos acolhe sob teu manto, faze nosso viver seja no céu.
Protege da fome, das epidemias (…)
Em união com o Filho a ti foi concedido restituir-nos a vida da graça que fora perdida,
Afastar de nós muitas aflições terrenas, mitiga-las e converte-las em meios de salvação. (…)
Com teu Filho, se para nós libertação da fúria do inferno e da tempestade dos tempos;
Com gratidão, em tudo nós te bendiremos eternamente, como a grande Mãe dos povos. ”
(Rumo ao Céu 501ss edição 1990)