Um menino especial
O iniciador da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, Diácono João Luiz Pozzobon, nasce em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão – Rio Grande do Sul/Brasil. Filho de imigrantes italianos, Ferdinando e Augusta Pozzobon, aprende desde a infância a amar a Igreja e esforçar-se para corporificar os ensinamentos de Jesus. Ele sente em seu interior o profundo anseio por algo que não conseguia definir. Disse ele:

 “Eu tinha 12 anos e sentia uma espécie de saudade, que não conseguia saciar. Em nossa terra havia uma colina, uma terra um pouco elevada, e eu olhava o horizonte, ali onde o céu parece tocar a terra, e parecia-me que, desse modo, preenchia o vazio que sentia… Essa saudade durou uns 36 anos…”.

E é saciada com sua dedicação a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt.

 

 

Um início pequeno para um tão grande crescimento
Dia 10 de setembro de 1950, ano em que a Igreja proclama o dogma da Assunção de Maria ao céu, ele recebe, no Santuário, a Imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, para com ela visitar as famílias.

Ele afirma: “No Santuário da Mãe e Rainha aconteceu minha grande descoberta. A bondade e a misericórdia de Deus e da Virgem Mãe e Rainha me confiaram uma grandiosa missão evangelizadora: a Campanha do Santo Terço. Entendi a missão e, por ela, fiz minha entrega total”. Por sua consagração e entrega filial à Mãe e Rainha, Sr. João se torna um verdadeiro missionário e apóstolo, sem descuidar em nada de sua própria família. É sua convicção que 

“quando algo é de Deus, algo divino, um homem sozinho pode mover o mundo. Eu havia dito à Mãe e Rainha que pouco me importava mover o mundo inteiro, se descuidasse de minha família. Se isso acontecesse, não estaria fazendo nada… Porém, tudo foi bem. Quando Deus quer que se realize uma missão, uma pessoa pode cuidar de sua família, pode fazer tudo”.

Um diácono comprovado no amor

Em 30 de dezembro de 1972, ele é ordenado Diácono da Igreja, pela imposição das mãos de Dom Érico Ferrari, na Capela Nossa Senhora das Graças em Santa Maria. “Minha ordenação foi como uma flor que se abriu, uma grande alegria que se estendeu a todos os amigos. Senti-me penetrado, totalmente, pelo espírito da Santa Igreja. Senti a união como um só coração. Foi um verdadeiro Cenáculo, junto com a Mãe e Rainha. A hora do Espírito Santo”. O amor do Diácono João Pozzobon à Igreja é duramente provado. De início seu trabalho não é compreendido e ele é muitas vezes caluniado. Mas, sempre permanece em perfeita obediência ao Pároco e ao Bispo.

Sente-se unido ao Fundador da Obra de Schoenstatt, Padre José Kentenich, do qual se considera um aluninho, e que na ocasião também se encontrava afastado da Obra, em obediência à Igreja. Após 35 anos de total dedicação à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, falece no dia 27 de junho de 1985. A caminho do Santuário, ao atravessar uma avenida, devido a um forte nevoeiro, é atropelado por um caminhão. Assim ele faz a sua última romaria, retorna ao Santuário Eterno e se realizam suas palavras:

 “Se um dia me encontrarem morto no caminho, saibam que eu morri de alegria!”

O Diácono João Luiz Pozzobon santifica a sua vida pela dedicação à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. Seu processo de beatificação é iniciado em Santa Maria/RS, sua diocese de origem, em 12 de dezembro de 1994, por Dom Ivo Lorscheider. No momento, aguarda-se um milagre para que ele seja beatificado.
 

Testemunho do bispo e do pároco
Seu Bispo Diocesano, Dom Ivo Lorscheider, escreve ao Diácono João, após receber um relatório de suas atividades: “Vejo, não sem emoção, que seu trabalho apostólico nas vilas e bairros, está chegando às Bodas de Prata… sua oração diária é um verdadeiro louvor em nossa Igreja diocesana, e seu trabalho pastoral é digno de nossa comovida homenagem”.
Na homilia da Santa Missa de corpo presente, seu pároco testemunha: “João cultivava uma estreita vinculação com a própria paróquia; com frequência estava na casa paroquial, trazendo seus programas para serem aprovados. Nunca deixava o escritório sem pôr-se de joelhos e suplicar a bênção, dizendo: ‘Vou com sua bênção, Padre!'”