“Peregrinação pela felicidade da minha família”
Maria Dulce Torres/Sonia Tubino/Thelma Soutello- Diante dos grandes desafios de uma época em transição e sociedade à deriva, é na força desse pensamento que João Pozzobon fundamenta sua vida pessoal, se estrutura e se empenha na sua missão peregrina.Descendendo de italianos da Província de Treviso, na região Veneta do norte da Itália, aprendeu com seus antepassados não só a importância e compromisso do trabalho, “mas também suas tradições familiares, sua moral cristã e o profundo espírito religioso”.
Procurando desde menino assumir suas responsabilidades familiares. “Típico do pequeno João era preocupar-se em aliviar os outros, sobretudo ajudando as irmãs mulheres… Era ele quem buscava a lenha e a cortava, procurando realizar as tarefas mais pesadas e difíceis.”
Valores cristãos
Ancorado na firmeza de valores cristãos, João Pozzobon tornou-se não só um homem bom, mas alguém imbuído do ideal de fazer o bem.
“Na casa paterna, como em todas as boas famílias católicas da época, rezava-se todas as noites o Santo Terço”.
O Terço meditado e livremente partilhado em família, recordava a caminhada de Cristo, de Maria e se tornavam assim alimento e guia para suas ações cotidianas. Bom filho, bom marido e pai firme e amoroso, soube fortalecer por meio de sua presença os vínculos familiares que enraízam e dão sentimento de pertença nesse mundo tão desgarrado.
Mãos amorosas de Maria
Educar uma tão grande família não foi uma tarefa fácil, principalmente nos tempos mais duros e de recursos mais escassos, mas como em todos os seus momentos de decisão e no atuar de sua missão, havia em Pozzobon a consciência de que a Providência Divina e as mãos amorosas de Maria nunca o abandonavam.
Tanto em casa como no seu pequeno estabelecimento comercial, Pozzobon sabia “com extraordinária firmeza afastar o que não considerava correto: Defendia sua família, seu patrimônio, seu lar e encarava as situações difíceis sem fugir delas.
Primeira missão
A Família sempre foi sua primeira missão, porque ali ele assim entendia, era o berço da fé, a escola da formação integral de cada ser humano, o cantinho onde a solidariedade, a fraternidade, a cumplicidade e companheirismo eram vividos nos pequenos gestos que constroem a paz e a justiça para as quais Deus nos fez.
Pai e educador, ele soube separar com sabedoria, no plano material, aquilo que era da Campanha e o que era da família. Em tudo ele buscava o consenso e harmonia familiar. Assim, se por um lado, os familiares o compreendiam no desempenho de sua missão e aceitavam suas peregrinações e compromissos, ele por sua vez, se sacrificava ao máximo participando dos encargos do lar, dividindo tarefas e educando por amor e para o amor.
Simplicidade e generosidade
Com simplicidade e generosidade “cultivava muitos costumes na sua própria família: levar o café na cama para a esposa, ir com a família à missa aos domingos, rezar o terço em família, etc. (…)E foi isto que ele tentou inculcar nas famílias que visitava”.
João Pozzobon, foi não só o pai extremado , o avô carinhoso que modelou e estruturou seus filhos, netos e família para o bem, mas aquele que servindo humildemente a Deus, alegre e fielmente como um “burrinho de Maria”, nos mostrou a possibilidade de sermos como cristãos e cristãs, unidos pela Aliança de Amor e visita Peregrina da Mãe, uma só Família de Deus.
“À grande Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt ofereci minha peregrinação pela felicidade da minha família e de todas as famílias.”
Ref.
Herói hoje, não amanhã – Esteban J. Uriburu
JLP evangelizador da família na pós modernidade – Pe. Alexandre A. Mello