Memória de Maria Mãe da Igreja
Por: Juliana Dorigo
Hoje fazemos memória de Maria como Mãe da Igreja. “Considerando a importância do mistério da maternidade espiritual de Maria… na espera do Espírito no Pentecostes” (cf. Act 1, 14). O Papa Francisco, em 2018 instituiu a celebração no calendário litúrgico, por meio do Decreto “Ecclesia Mater”, visando favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana.
“O Amor o fez legar-nos como herança, antes de morrer, sua própria Mãe-Esposa, para que Ela, a porta segura, nos conduza prontamente a Deus.”[1] O próprio Cristo nos entrega Maria como Mãe. “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. (Jo 19:25-27)
A partir desse momento, Maria foi nos dada como nossa Mãe, pelo próprio Filho de Deus. “E verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça”[2].
“E, por esta razão, saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como à mãe amantíssima, filial afeto de piedade”[3].
A Mãe de Deus vive no Pai e no Espírito Santo em união ao seu Filho. “Maria vive no Pai e participa da sua Paternidade. E vive no Espírito Santo, participando do seu Amor pessoal. E unum com o Filho, de modo essencialmente superior ao de qualquer outro que se torna unum com Ele, segundo o «ut omnes unum sint, sicut tu Pater in me et ego in te» (Jo 17, 21)”[4]
“Ela nos ama no Espírito Santo”»[5], é “a Mãe, que deseja a salvação de todos os homens com toda a força do seu amor que alimenta no Espírito Santo”[6]. Se se veneram todos os justos, quem é que não louvará a fonte da Justiça e o tesouro da Santidade? Nem a língua dos homens, nem a mente dos anjos, que é a mais sublime do mundo, podem enaltecê-la dignamente[7].
Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações (Lc 1,46-48).
[1] Pe. José Kentenich, Rumo ao Céu
303 5. São Metódio de Olimpos, Symposion, VII, 3: GCS (Bonwetsch), 74.
[3] LG 53.
[4] Antonio Orozco. Maria Mãe de Deus e Mãe Nossa
[5] Ibidem.
[6] Ibidem.
[7] São João Damasceno, Homilia I in Dormitionem B. V. Mariae (PG 96).