“Gaudete!” Alegrai-vos! Assim nos clama a Igreja no 3º Domingo do Advento.
Alegra-te, filha de Sião! Rejubila-te Jerusalém! Eis que teu Rei se aproxima.
A profunda alegria que se irradia destas palavras brota da consciência da eleição. Deus, o grande Rei do céu e da terra, escolheu o povo e toda a terra de Isrel, para descer em seu seio e aí realizar a grande obra da Redenção. Na verdade, Israel tinha de rejubilar e alegrar-se por causa de sua grande eleição.
E Schoenstatt não participa também e de modo especial na alegria e no júbilo do povo de Israel? Qual é o motivo para esta alegria? O oficio das Matinas, do “Rumo ao Céu” nos dá a resposta: “A Schoenstatt, Deus, benigno escolheu”.
Sim, Deus escolheu no tempo de hoje, entre todos os lugares e nações do mundo inteiro, o lugar Schoenstatt. Do pequeno Santuário, jorra uma torrente de graças, graças de salvação, para o mundo. Também nós, podemos afirmar que a Família de Schoenstatt é o povo escolhido, é a filha de Sião, a nova Jerusalém, que o Rei e a Rainha do céu e da terra tomaram posse.
Pe. Kentenich interpreta a leitura do 3º Domingo do Advento (1930):
“Schoenstatt, levanta-te, sobe ao alto e contempla a alegria que virá sobre ti, a alegria do teu Deus! Sim, queremos contemplar a alegria do nosso Deus, do grande Deus de nossa alma, que hoje virá a nós, Ele nos quer incorporar a si. Podemos convencer-nos, novamente, de nossa missão salvadora. Devemos deixar-nos incorporar profundamente nele como o grande Salvador do mundo e deixar-nos inserir também na sua grande missão redentora.
Não queremos alegrar-nos com isto? Iluminare, Jerusalém! Levante-te Jerusalém, ilumina-te e rejubila na alegria! Sim, hoje toda nossa Família deverá refulgir nesta única e grande luz! Todos os que de qualquer maneira pertencem a Schoenstatt, devem, hoje, sentirem-se mais profundamente unidos e vinculados conosco.
Tantas vezes na história mundial, o que era pequeno e mínimo foi causa do grande e máximo! Isto nós o vimos em Belém. Vemo-lo também no decorrer da história do mundo e da Igreja: as tantas vezes que brotou um novo ramo, verdejante, florescente, na árvore da Igreja, na árvore do Corpus Christi mysticum. Isto se realizou também em nossa família.
Gaudete! Não é este um belo convite? Alegrai-vos sempre no Senhor! Não é este um convite que atinge sempre o mais profundo de nossa alma e também o mais profundo do cristianismo? Ser cristão quer dizer: ser sempre alegre! A alegria deve ser a força motriz de nossa vida, a verdadeira alegria, a verdadeira paz, deve tornar-se o tom fundamental de nossa vida interior.
Alegria verdadeira, alegria pura, é possível também quando cruz e sofrimento, quando desilusões entram em nossa vida. Sim, podemos até afirmar o contraste: somente poderemos experimentar verdadeira paz, verdadeira alegria, ao preço destas desilusões, destes fortes golpes da vida. Alegria não é uma excitação dos nervos, não é satisfação de qualquer instinto, assim como conceitua o mundo lá fora. Tal “alegria” não podemos chamar de alegria. Verdadeira alegria da qual falamos é a convicção: eu sou filho de Deus! Verdadeira alegria é a profunda consciência de abrigo interior no seio do Deus Trino.
‘Meus irmãos! Alegrai-vos sempre no Senhor! Digo-vos de novo: Alegrai-vos! Sede bondosos e amáveis com todos os homens, pois o Senhor está perto!’ Estas palavras foram traduzidas quase literalmente. Podemos traduzir as palavras ‘modéstia vestra’, assim: boas maneiras, nossa modéstia, nossa singeleza! Modéstia! Deveríamos ter-nos educado para corporificar, até a mais profunda raiz de nosso ser, aquilo que nós, como verdadeiros cristãos, devemos viver: o amor fraterno, a delicadeza, o respeito mútuo, a generosidade…, à exemplo de Maria. Deste modo todos os que nos veem, nada mais poderão descobrir em nós, senão este genuíno e forte ser mariano.
Observemos nossos colegas, o mundo de hoje, e iremos constatar, frequentemente, que muitos perderam, jogaram fora o mais profundo, o último e mais delicado que possuíam.
‘Domine prope est! O Senhor está perto’ Ele está perto! Ele virá e nos libertará das algemas da escravidão. Agora procurem refletir onde estão as algemas de nossa escravidão? Qual a desordem de minha vida instintiva que ainda me prende fortemente, de maneira errada e doentia? Onde ainda se vinculam todas as fibras de meu ser e de uma forma desordenada? Onde estão minhas algemas e correntes de escravo?
Assim ressoa neste tempo de Advento o brado do Apóstolo: ‘Alegrai-vos no Senhor! Novamente vos digo: Alegrai-vos, que o Senhor está perto!’
Jesus virá para destruir nossas algemas e correntes de escravo, para libertar-nos deste cativeiro da Babilônia.”
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Texto extraído do livro Vem Senhor Jesus – Reflexões e Orações para o tempo do Advento